A modularização é uma forma de organização e desenvolvimento de projetos fundamental para o desenvolvimento de softwares eficientes e escaláveis. Confira neste artigo tudo sobre essa prática.

Por que Modularizar?

Agora que entendemos a importância da modularização, vamos explorar os benefícios que ela oferece:

Facilidade de Manutenção: Quando um projeto é dividido em módulos independentes, cada parte do sistema se torna mais simples e fácil de entender. Isso facilita a identificação e correção de problemas, pois os desenvolvedores podem se concentrar em uma parte específica do código sem se preocupar com o funcionamento do sistema como um todo. Além disso, as alterações em um módulo têm menos probabilidade de causar efeitos colaterais em outras partes do sistema, o que torna a manutenção mais segura e eficiente.

Reusabilidade: A modularização promove a reutilização de código. Uma vez que os módulos são projetados para serem independentes e coesos, eles podem ser facilmente integrados em diferentes partes do sistema ou até mesmo em projetos totalmente diferentes. Isso reduz o tempo de desenvolvimento, uma vez que os desenvolvedores podem aproveitar o trabalho que já foi feito em vez de reinventar a roda. Além disso, a reutilização de código também promove a consistência e a padronização em todo o projeto.

Escalabilidade: À medida que um projeto cresce, é essencial que ele possa escalar de forma eficiente para lidar com um aumento na demanda ou na complexidade. A modularização permite que isso aconteça de forma mais suave, pois novas funcionalidades podem ser adicionadas como novos módulos independentes. Da mesma forma, se uma parte do sistema se tornar obsoleta ou desnecessária, ela pode ser removida sem afetar o restante do projeto. Isso torna o sistema mais flexível e adaptável às mudanças nas necessidades do usuário ou do negócio.

Colaboração: Em projetos grandes ou em equipes distribuídas, a modularização facilita a colaboração entre os membros da equipe. Cada equipe ou desenvolvedor pode ser responsável por um ou mais módulos específicos, trabalhando de forma independente e paralela ao restante do projeto. Isso promove a especialização e a eficiência, pois os membros da equipe podem se concentrar em áreas onde têm mais experiência ou interesse. Além disso, a modularização reduz a complexidade cognitiva, tornando mais fácil para os desenvolvedores entenderem e contribuírem com o projeto.

Mandamentos da Modularização

A modularização nos traz alguns mandamentos que devem ser seguidos para sua implementação nos projetos, confira alguns desses mandamentos:

1º Mandamento: Isolado ou independente

Nenhum componente deve interferir ou depender dos outros componentes do sistema, tal como fazer requisições externas ou de ambiente, a fim de não ocasionar erros em importações e dependências;

2º Mandamento: Nomeação Autoexplicativa

Todo componente deve conter nomes concisos com sua utilização, tal como selector, @Input e @Output, sem a necessidade de consultas externas, a fim de obter fácil utilização e memorização de suas propriedades e funcionalidades;

4º Mandamento: Hipovalorado

Todo componente deve possuir valores iniciais para suas propriedades e não deve ocorrer erros ao não receber alguma delas, a fim de ser de fácil implementação inicial;

Esses mandamentos nos ajudam a implementar de forma eficaz o processo de modularização, gostaria de saber mais sobre? Clique aqui para conferir outros mandamentos desta forma de desenvolvimento.

O Google e sua Abordagem

O Google é um dos maiores defensores da modularização de projetos. Eles aplicam essa prática em muitos de seus produtos e serviços, incluindo o próprio mecanismo de pesquisa, o Google Maps e o Google Drive. Um exemplo notável é a arquitetura do Google Chrome.

O Google Chrome é um navegador da web conhecido por sua rapidez e estabilidade. Por trás disso, está uma arquitetura bem modularizada. O Chrome é dividido em várias camadas, cada uma responsável por uma funcionalidade específica:

Motor de renderização: Responsável pelo processamento e exibição de páginas da web.

Motor JavaScript: Responsável pela execução de scripts e interatividade da página.

Gerenciador de guias: Responsável por manter e gerenciar guias abertas.

Sistema de segurança: Responsável por garantir a segurança e privacidade do usuário.

Cada uma dessas camadas é desenvolvida de forma independente, permitindo que equipes trabalhem em paralelo e evitem dependências excessivas entre si. Isso resulta em um navegador mais rápido, estável e seguro.

Microfrontend: Uma Extensão Modular

Além da modularização tradicional, uma prática emergente é o conceito de microfrontend. Similar ao microserviço aplicado no backend, um microfrontend é um módulo frontend independente, responsável por uma parte específica da interface do usuário.

O que é um Microfrontend?

Um microfrontend é uma abordagem para a construção de interfaces de usuário em que a aplicação é dividida em partes menores, cada uma com seu próprio ciclo de vida de desenvolvimento, implantação e atualização. Essas partes são então compostas para formar a interface do usuário completa.

Por exemplo, em uma loja online, pode haver um microfrontend para a página inicial, outro para a página de produtos e um terceiro para o carrinho de compras. Cada microfrontend pode ser desenvolvido por equipes diferentes, usando tecnologias diferentes, além de ser implantado de forma independente.

Um microfrontend pode não se limitar a uma página completa; pode consistir apenas na seção de recomendação de novos produtos dentro de uma página de produtos, ou nas propagandas. Embora essas partes estejam completamente separadas do site, possuem seus próprios sistemas de análise, compartilhamento e armazenamento de informações.

A modularização de projetos, exemplificada pelo Google, é uma prática essencial para o desenvolvimento de software eficiente e escalável. Dividir um sistema em módulos independentes traz uma série de benefícios, incluindo facilidade de manutenção, reusabilidade e escalabilidade. Além disso, o conceito emergente de microfrontend oferece uma extensão modular para o frontend, permitindo uma abordagem ainda mais granular e independente para o desenvolvimento de interfaces de usuário.