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Isaac Asimov: Resgatando uma visão positiva do futuro

31 de outubro de 2022

Duas das séries de ficção científica mais conhecidas da TV são Star Trek, criado pelo amigo de Isaac Asimov (Gene Roddenberry) e Star Wars, criado por George Lucas. Embora ambas passem no espaço sideral e contem com raças alienígenas e batalhas com naves estelares, existe uma diferença de tom crucial entre elas.

Enquanto Star Wars fala de um universo mergulhado em guerra, com repressão, morte e revolta, Star Trek oferece uma visão muito mais otimista, de harmonia entre povos, diplomacia, avanço tecnológico e científico.

Mesmo que os recentes reboots de Star Trek tenham perdido muito da filosofia original da série idealizada na década de 1960 por Gene Roddenberry ainda é possível apreender parte desta esperança no ar. Não é de estranhar, portanto, que Isaac Asimov, que foi amigo de Roddenberry (e ocasional colaborador), compartilhasse esta mesma visão progressista em relação a futuro da humanidade.

Sendo um dos grandes autores de ficção científica – e um dos mais prolíficos (escreveu centenas de livros de ficção e não-ficção) – Isaac Asimov, russo de nascimento, veio ao mundo em 2 de janeiro de 1920, tendo imigrado para os EUA aos 3 anos de idade.

Por conta da influência da cultura norte-americana, o tema de seus livros carregava muito do senso empreendedor e ousado dessa nação, focando largamente no ser humano. Desse modo, ao contrário de outros autores, não existe praticamente alienígenas em suas estórias. É como se o espaço fosse mesmo um território humano a ser explorado e colonizado.

Além disso, ele usava uma linguagem simples e acessível, apesar de possuir larga formação acadêmica. Graduado em Ciência em 1939, era doutor (PhD) e pós-doc em bioquímica pela Columbia University (concluído em 1948).

E, falando em carreira literária, em 1942 ele começa a levar a sério esta possibilidade, abandonando a vida acadêmica sete anos depois (1949), quando passa a ser mais lucrativo escrever que dar aula.

Asimov foi responsável, tal como Júlio Verne no século XIX, por prever diversas facetas do nosso futuro, sendo a mais famosa a presença dos robôs dentro da sociedade humana. Assim, ele imaginou androides, cirurgiões-robôs, computadores portáteis, imagens holográficas, veículos autônomos, máquinas projetando outras máquinas, fornos micro-ondas, fibra ótica, internet, microchips, TV de tela plana, assim como as profissões necessárias para lidar com estes novos integrantes tecnológicos.

No entanto, ele entendia que uma base ética era extremamente necessária para nortear os robôs, daí a criação das famosas leis da robótica que essencialmente visavam proteger os humanos da sua própria criatura (vide O Exterminador do Futuro).

“O aspecto mais triste da vida atual é que a ciência ganha em conhecimento mais rapidamente que a sociedade em sabedoria.”

A questão é que Asimov morreu em 1992, em Nova York, não tendo visto, portanto, os diferentes usos maliciosos que demos a seres sintéticos como Alexa e chatbots, algoritmos das redes sociais que controlam a produção de conteúdo e a fomação de bolhas de informação, bots no twitter que manipulam a política, etc.

Neste sentido, na vida real não houve o triunfo da justiça dos livros, do mesmo modo como ao longo das últimas décadas os ideais do Star Trek foram sendo substituídos pela “cultura pop” das explosões, guerras e interesses financeiros.

Mas, como se costuma dizer, a esperança é a última que morre. Então, conheça os trabalhos mais famosos de Asimov: a Série Fundação (1942 – 1993); a série Império Galáctico (1950 – 1952) e a série Robôs (1954 – 1985) e relembre como é se maravilhar com um futuro positivo, cheio de possibilidades.

 

 

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