Dezembro Vermelho

O dezembro Vermelho surgiu como uma iniciativa para aumentar a conscientização sobre o HIV/AIDS e promover ações de prevenção e tratamento. A campanha foi inspirada na necessidade de mobilizar a sociedade em torno do tema, especialmente considerando a importância da conscientização e da luta contra o estigma associado ao HIV.

Contexto Histórico:

1. Dia Mundial de Luta Contra a AIDS: A data de 1º de dezembro foi estabelecida como o Dia Mundial de Luta Contra a AIDS em 1988, por uma iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS). Essa data foi escolhida para sensibilizar a população sobre a epidemia e mobilizar recursos e informações para o enfrentamento da AIDS.
2. Movimento Social: O dezembro Vermelho é resultado de um movimento social mais amplo que busca combater a infecção pelo HIV e a AIDS, promovendo direitos humanos, acesso à saúde e políticas públicas de prevenção e tratamento.
3. Campanhas no Brasil: No Brasil, a campanha Dezembro Vermelho começou a ser implementada em 2017, com o apoio do Ministério da Saúde. A ideia foi unificar esforços para conscientizar a população e encorajar a realização de testes rápidos, o uso de preservativos e o início do tratamento em casos positivos.

Objetivos da Campanha:

• Aumentar a Conscientização: Informar sobre o HIV/AIDS, promovendo a testagem e prevenção.
• Combater o Estigma: Reduzir o preconceito enfrentado pelas pessoas que vivem com HIV/AIDS.
• Promover o Acesso ao Tratamento: Garantir que todos tenham acesso a serviços de saúde e tratamento antirretroviral.
• Mobilização Social: Encorajar a sociedade a se engajar na luta contra a epidemia, promovendo atividades e eventos ao longo do mês de dezembro.

No Brasil, 92% das pessoas em tratamento já atingiram o estágio de estarem indetectáveis, ou seja, estado em que a pessoa não transmite o vírus e consegue manter a qualidade de vida sem manifestar os sintomas da Aids.

Essa conquista se deve ao fortalecimento das ações do Ministério da Saúde para ampliar a oferta do melhor tratamento disponível para o HIV, com a incorporação de medicamentos de primeira linha para tratar os pacientes.

Além disso, o SUS coloca à disposição da população as estratégias e tecnologias mais avançadas para a prevenção da infecção pelo vírus, como a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e a Profilaxia Pós Exposição (PEP); além de ampliar o acesso ao diagnóstico precoce e ações específicas para populações-chave para resposta ao HIV, trabalhadores do sexo, população privada de liberdade e usuários de álcool e outras substâncias , etc.

O movimento Dezembro Vermelho objetiva, ainda, conscientizar a todos a respeito das Infecções Sexualmente Transmissíveis, doenças causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos, transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual (oral, vaginal, anal) sem o uso de preservativo masculino ou feminino, com uma pessoa que esteja infectada.

A transmissão de uma IST pode ocorrer, também, verticalmente, da mãe para a criança durante a gestação, o parto ou a amamentação, quando medidas de prevenção não são realizadas. De maneira menos comum, também podem ser transmitidas por meio não sexual, pelo contato de mucosas ou pele não íntegra com secreções corporais contaminadas.

O tratamento das pessoas com IST melhora a qualidade de vida e interrompe a cadeia de transmissão dessas infecções. O atendimento, o diagnóstico e o tratamento são gratuitos nos serviços de saúde do SUS.

As ISTs podem se manifestar por meio de feridas, corrimento e verrugas anogenitais, entre outros possíveis sintomas, como dor pélvica, ardência ao urinar, lesões de pele e aumento de ínguas. Aparecem, principalmente, no órgão genital, mas podem surgir em outras partes do corpo, como palmas das mãos, olhos e língua.

Herpes genital, sífilis, gonorreia, tricomoníase, infecção pelo HIV, infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV), hepatites virais B e C, infecção pelo vírus linfotrópico de células T humanas (HTLV), são alguns tipos de ISTs.

Prevenção:

É importante observar o próprio corpo durante a higiene pessoal, isso pode ajudar a identificar uma IST no estágio inicial e procurar o serviço de saúde ao perceber qualquer sinal ou sintoma.

Existem vários métodos anticoncepcionais, no entanto, o único que pode evitar a gravidez e também prevenir a transmissão das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), do HIV/Aids e das hepatites virais B e C é a camisinha (masculina ou feminina). Orienta-se que, sempre que possível, realizar a dupla proteção: uso da camisinha e de outro método anticonceptivo de escolha.

Importância do Sexo Seguro:

Geralmente, o termo “sexo seguro” é associado ao uso exclusivo de preservativos. Por mais que essa seja uma estratégia fundamental a ser sempre estimulada, possui limitações. Assim, outras medidas de prevenção são importantes e complementares para uma prática sexual segura, como as apresentadas a seguir:

• Usar preservativos;
• Imunizar-se para hepatite A (HAV), hepatite B (HBV) e HPV;
• Discutir com a parceria sobre a testagem para HIV e outras ISTs;
• Testar-se regularmente para HIV e outras ISTs;
• Tratamento das pessoas vivendo com HIV;
• Realizar exame preventivo de câncer de colo do útero (colpocitologia oncótica);
• Realizar Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), quando indicado;
• Realizar Profilaxia Pós-Exposição (PEP), quando indicado;
• Conhecer e ter acesso à anticoncepção e concepção.

A tecnologia tem desempenhado um papel crucial no combate e monitoramento da AIDS de diversas maneiras. Aqui estão algumas das principais formas em que a tecnologia contribui para essa luta:

1. Testes Rápidos e Precoces: O desenvolvimento de testes rápidos e precisos para HIV permite diagnósticos mais ágeis. Dispositivos de teste podem ser usados em locais de fácil acesso, permitindo que as pessoas conheçam seu status mais rapidamente e que possam iniciar o tratamento com antecedência.
2. Telemedicina: A tecnologia de telemedicina permite que pacientes com HIV acessem serviços de saúde de forma remota. Isso é especialmente útil para pessoas que vivem em áreas remotas ou que têm mobilidade reduzida, garantindo que recebam acompanhamento, prescrições e suporte psicológico.
3. Aplicativos de Saúde: Existem aplicativos desenvolvidos para ajudar pessoas vivendo com HIV a gerenciar seus tratamentos, lembretes de medicação, monitoramento de efeitos colaterais e agendamentos de consultas. Esses aplicativos também podem fornecer informações sobre saúde sexual e prevenção.
4. Big Data e Análise de Dados: O uso de big data e análises preditivas permite monitorar tendências de infecção em populações, ajudando na alocação de recursos e na implementação de intervenções direcionadas. Esses dados são essenciais para entender quais grupos estão em maior risco e como melhor alcançá-los.
5. Redes Sociais e Campanhas de Conscientização: Plataformas digitais e redes sociais têm sido utilizadas para promover campanhas de conscientização sobre HIV/AIDS, desmistificando o estigma e incentivando a testagem e o tratamento. Informações alcançam um público mais amplo, especialmente os jovens.
6. Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos: A tecnologia tem acelerado a pesquisa científica para o desenvolvimento de novas terapias antirretrovirais e vacinas. Tecnologias avançadas, como edição genética e terapia gênica, estão sendo exploradas como possíveis curas para o HIV.
7. Monitoramento e Avaliação de Programas: Sistemas de informações em saúde digitalizados permitem um monitoramento mais eficaz de programas de tratamento e prevenção da AIDS, ajudando a medir a eficácia das intervenções e ajustar estratégias conforme necessário.
8. Educação e Capacitação: Plataformas de e-learning e recursos online ajudam na educação de profissionais de saúde e da comunidade sobre HIV/AIDS, promovendo práticas mais eficazes no tratamento e cuidado dos pacientes.

O Dezembro Vermelho é, portanto, uma importante ferramenta de conscientização e mobilização social para o enfrentamento da epidemia de HIV/AIDS, contribuindo para a construção de uma sociedade mais informada e inclusiva.