Dia Internacional dos Povos Indígenas: Tradição, Cultura e Tecnologia em Harmonia

No dia 9 de agosto, celebramos o Dia Internacional dos Povos Indígenas, uma data instituída pela ONU para reconhecer a diversidade, a história, os direitos e a importância das culturas indígenas em todo o mundo. No Brasil, mais de 1,6 milhão de pessoas se autodeclaram indígenas, segundo o Censo 2022 do IBGE, representando mais de 300 etnias e falando mais de 270 línguas indígenas.

Esses dados revelam não apenas a pluralidade dos povos originários, mas também o quanto é fundamental garantir sua visibilidade, sua autonomia e o respeito às suas formas de vida – especialmente em tempos de avanço tecnológico acelerado.

A tecnologia como aliada da preservação cultural

Contrariando a falsa ideia de que a tecnologia ameaça as tradições, muitos povos indígenas têm se apropriado de ferramentas digitais para fortalecer suas identidades, registrar saberes ancestrais e ampliar sua voz no mundo.

Plataformas como YouTube, TikTok e Instagram vêm sendo utilizadas por lideranças e jovens indígenas para compartilhar histórias, rituais, músicas, culinária e debates políticos. A internet também tem possibilitado a criação de mapas digitais, dicionários online de línguas em risco de extinção e bancos de dados sobre territórios tradicionais.

Um exemplo inspirador é o uso de drones por comunidades na Amazônia para monitorar invasões e desmatamento ilegal em terras indígenas, promovendo a proteção ambiental e territorial com apoio de tecnologia acessível.

Iniciativas que unem ancestralidade e inovação

No Brasil e no mundo, diversas iniciativas vêm mostrando como a tecnologia pode coexistir com os valores e modos de vida indígenas. Alguns exemplos incluem:

• Projetos de inclusão digital em aldeias, promovendo acesso à educação, comunicação e conexão com redes de apoio;

• Aplicativos de tradução e preservação linguística, como o Aikewara, desenvolvido com participação direta das comunidades;

• Hackathons indígenas e eventos de inovação voltados para soluções que respeitam os saberes tradicionais;

• Educação híbrida e ensino remoto em áreas remotas, que permitem o acesso a conteúdos diversos sem abrir mão da cultura local.

Essas experiências mostram que a presença indígena no universo digital não é assimilação: é reexistência. É a prova de que a tecnologia pode (e deve) ser ferramenta de fortalecimento das culturas, não de apagamento.

Na Antlia, reconhecemos a importância de ampliar a diversidade e a inclusão em todos os aspectos – inclusive no uso da tecnologia. Acreditamos que a inovação só é completa quando respeita a pluralidade de histórias, vivências e saberes que compõem o nosso país.

Neste Dia Internacional dos Povos Indígenas, celebramos aqueles que, há séculos, cuidam da terra, da memória e do conhecimento. E reafirmamos nosso respeito e apoio às vozes indígenas que, com sabedoria e criatividade, estão também moldando o futuro.