O que empresas de tecnologia podem aprender com o universo gamer (sem precisar zerar Dark Souls)
Introdução: Sim, você deveria olhar para os gamers (mesmo que nunca tenha passado do primeiro chefão)
Antes que você pense: “Mas aqui é uma empresa séria de tecnologia, não tem nada a ver com joystick”, calma.
Os games são hoje uma das indústrias mais inovadoras do planeta, movimentam bilhões, criam experiências absurdamente envolventes e mantêm comunidades apaixonadas por anos. Enquanto isso, muitos produtos digitais mal conseguem segurar o usuário por cinco minutos.
Se você acha que só precisa “gamificar” seu sistema com um ranking e uns pontinhos para copiar essa mágica, já perdeu uma vida. Vamos falar de aprendizados reais que empresas tech podem absorver sem precisar transformar tudo em Candy Crush.
- UX não é só “bonitinho”, é sobrevivência
Jogadores abandonam um game em segundos se algo trava, é confuso ou não faz sentido. Eles estão acostumados com experiências fluidas, botões intuitivos e feedback instantâneo.
Tradução para o mundo tech:
Pare de achar que uma tela cinza com três botões minúsculos e um PDF explicativo é aceitável.
- Alô, Business Analysts, sua missão é clara: Entenda o fluxo do usuário como uma aventura bem roteirizada.
- Cada clique precisa parecer recompensador, não um teste de paciência.
- Ei QA, dica level 100: Teste seu produto como um gamer testaria, buscando falhas, inconsistências e momentos em que dá vontade de desistir.
Se o onboarding do seu app parece um tutorial malfeito, você já perdeu o player no primeiro mapa.
- Recompensa não é só “badge”, é motivação bem construída
Jogos bons fazem você sentir que está evoluindo. Não é sobre medalhinhas aleatórias, mas sobre progressão bem planejada.
Subir de nível, desbloquear algo novo ou atingir um marco deixa o jogador empolgado para continuar.
No mundo corporativo:
- Pense em marcos visíveis: mostre progresso do usuário, conquistas, caminhos claros.
- Para os coordenadores noobs até Lendários: Dê feedback imediato de sucesso: ninguém quer clicar e ficar na dúvida se funcionou.
- Ofereça recompensas que importem, não apenas adesivos virtuais que ninguém liga.
Se o usuário não sente que está avançando, ele vai procurar outro produto que entregue essa sensação.
- Atualize sempre e fale sobre isso
No mundo dos games, um produto raramente está pronto. Todo mês chega patch, DLC e ajuste de balanceamento. Jogadores esperam evolução contínua.
Tradução para tech:
- Pare de esperar a grande release anual como se fosse um evento gigantesco. Entregue pequenas partes do projeto com frequência, mas que gerem valor real ao usuário final. Aliás, esse ritmo que os jogos adotaram com atualizações constantes não é novidade para quem trabalha com Scrum por exemplo. Há muito tempo essa metodologia defende que grandes projetos sejam divididos em incrementos menores, entregues rapidamente para teste, gerando valor e mitigando chances de game over antes do projeto acabar.
Na Antlia, dominamos essa prática. Nossa equipe conta com profissionais certificados Scrum Master Professional SMPC®, Scrum Product Owner SPOPCTM e Scrum Developer SDPCTM, credenciados pela multinacional CertiProf®, uma das instituições certificadoras mais reconhecidas do mundo. Essa expertise garante processos ágeis e bem estruturados, com entregas contínuas que agregam valor de verdade e superam expectativas.
Um produto digital que não evolui morre silenciosamente, igual jogo que ninguém atualiza e vira servidor vazio.
- Aplique pensamento gamer dentro da equipe
Não é só para o cliente. Empresas de tecnologia podem usar dinâmicas de jogos para engajar seus próprios times.
- Reconhecimento simbólico para conquistas, como quem resolveu mais bugs críticos no mês.
- Sprints com metas claras e celebrações quando o boss final do projeto cai.
Equipe motivada cria produtos melhores. Simples assim.
- Dados são seu mapa do tesouro
Achou que ia passar de fase sem ser chamado, time de Data Analyst? Essa é para vocês:
Games são obcecados por métricas: onde o jogador morre mais, onde desiste, quanto tempo fica em cada fase. Isso guia ajustes e inovações.
Empresas tech precisam do mesmo mindset:
- Mapear pontos de abandono no funil de uso.
- Rodar A/B testes de interface, onboarding e features.
- Tomar decisões baseadas em comportamento real, não achismos.
Conclusão: jogue para ganhar
Olhar para o universo gamer é entender como criar produtos que as pessoas amam usar. Não é sobre colocar pontinhos e ranking em tudo, mas sobre imersão, evolução contínua, comunidade e motivação bem desenhada.
Se você quer dar o primeiro passo hoje:
- Revise a experiência do usuário e corte pontos de frustração.
- Mostre progresso real e conquistas para quem usa seu produto.
- Lance updates pequenos e frequentes para mostrar que o produto está vivo.
Porque no fim das contas, ninguém quer investir tempo em um sistema que parece um jogo abandonado.